segunda-feira, 25 de novembro de 2013

O mundo de 14 polegadas

A tecnologia cresce e se desenvolve em benefício da vida humana.
Milhões e trilhões são gastos em pesquisas espaciais, científicas, medicinais e outras mais.
À medida com que os recursos tecnológicos chegam até as pessoas trazendo praticidade, lazer, diversão, conforto, dinheiro, podem também, a longo prazo, trazer um mundo de mentira.
Já faz alguns anos que não vemos crianças brincando nas ruas como antes.
A chegada da tecnologia minimizou o contato social e as crianças perderam a necessidade da criatividade de desenvolver novas brincadeiras.
Vivemos em um mundo onde não precisamos criar mais nada.
Quando a simplicidade deixa de chamar atenção.
Quando um simples brinquedo de balanço como um "Cavalinho de madeira" feito a mão, perde espaço para jogos eletrônicos portáteis.
Quando uma simples reunião empresarial ou até mesmo entre amigos, é inconscientemente substituída por conversas virtuais entre uma tela.
Quando carregamos nossos amigos e inimigos no bolso da calça para todos os lugares que vamos.
Quando deixamos de frequentar uma biblioteca.
Quando trocamos o contato físico da pelada de futebol, pelo solitário recurso do "Jogo" através de um controle no conforto do sofá.
Quando tocamos o coração da "pessoa amada" sem mal conhecê-la.
Quando nos trancamos em um mundo de 14 polegadas.
São tantos exemplos reais espalhados pelo planeta, cuja a experiência deveria tratar de filtrar a intensidade com que usamos esse bens tecnológicos, fazendo com que na prática pudéssemos aplicar o famoso bordão "basta saber usar".
Vamos percorrer um percurso paradisíaco a bordo de uma câmera, registrando verdades transformando-as em mentiras sem cheiro e sem vida.
Psiquiatras do mundo inteiro tentam nos previvir do uso de alucinógenos legais ou ilegais com suas palestras elitizadas, que acabam se esquecendo dessa ameaça atual, que pode proporcionar um vício doentio, sendo bem mais comum e acessível com o avanço desenfreado da tecnologia.
É notável que o afastamento do convívio social só aumenta com a evolução das redes sociais.
A grande hipocrisia do ser humano faz com que guardamos o conhecimento absorvido, esquecendo-nos de aplicar a prática da sabedoria, ao nosso cotidiano.
A mãe reclama ao filho seu vício no jogo e se esquece que na maior parte do tempo, essa conversa é tratada através de emails ou redes sociais.
Para onde essa "evolução" irá nos levar?
Qual seria o limite?
Como pode-se aceitar que a evolução mude o mundo, nos preparando para novas vidas onde se gasta milhões para saber o que tem em Marte, e na Terra, as pessoas continuam morrendo de Câncer, Aids e a Fome?

Um novo mundo que abriga um velho preconceito.
Algumas pessoas buscam essa liberdade de escolha, revivendo alguns costumes do passado.
Enquanto existir apenas duas portas ao fim do percurso, enquanto buscarmos o futuro relembrando o passado, fica da vez mais difícil viver o presente.

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